Há perguntas que exigem respostas, outras silêncios. Há momentos em que a única palavra possivél é: "Porquê?" Porquê é que isto aconteceu? Porquê a mim? Porquê aos inocentes? Porquê a guerra? Porquê...? É a expressão daquele que perante a realidade não têm explicação, sente-se ultrapassado por algo que o supera. É a expressão do que sofre, do que chora.
"Onde estava Deus naqueles dias? Porquê é que Ele se calou? Como pôde tolerar este excesso de destruição, este triunfo do mal?" disse Bento XVI no campo de concentração em Auschwitz-Birkenau na passada semana.
Quantas vezes nós já fizemos esta mesma pergunta: "Onde estás, Ó Deus, porque não respondes?" Perante o mal, a morte, a destruição, a guerra, a doença, a fome ... esta pergunta surge come uma revolta, uma angustia.
Nestes dias essa questão deixou-me inquieto. Andava à procura de uma resposta, sem ter qualquer sucesso. Finalmente encontrei-a no silêncio.
No campo de concentração de Auschiwitz vi a resposta silenciosa de Deus na vida de Maximiliano Kolbe e Edith Stein e de tantos outros que testemunharam a sua fé
Nós que andamos à procura da resposta omnipotente de Deus, é-nos concedido o silêncio impotente de Jesus Cristo crucificado numa cruz. É esta a palavra de Deus, o Verbo de Deus para as nossas dúvidas. Em breve vamos celebrar o Pentecostes, que o Espírito Santo nos revele o roste de Deus que não é senão amor.
> Porquê?